Eu costumo andar na rua pelo menos alguns minutos do dia, não porque seja saudável ou para me exercitar (até deveria), mas para pensar!
Parece que quando ando, meus pesamentos andam também, se movimentam. Eles ficam mais claros, mais compreensíveis. Há um encaixe perfeito das ideias, há lembranças que estavam completamente escondidas na parte mais profunda da mente. Situações e diálogos são construídos, e deixariam qualquer personagem agradecido para o resto da vida...
Bom..., certo dia percebi que quanto mais rápido eu andava, mais felizes eram meus pensamentos. Comecei a imaginar umas situações engraçadíssimas, divertidíssimas... Tive a ousadia de pensar em parar no meio da rua e iniciar ali, naquele momento, um stand up comedy... (Hahahah, não falei que eram hilárias as ideias, hahah)
Porém, quanto mais devagar eu caminhava, mais consumido por pensamentos tristes e inconsoláveis eu era. Uma tristeza fortíssima, intensa, que fazia todo o sentido, assim como a alegria. Uma tristeza sem fim e muito bonita também. E que se intensificava a medida que a minha velocidade se tornava cada vez mais, mais, mais devagar.
Não adianta, nessas horas, querer aumentar a velocidade, passar a andar mais rápido e disparar feito Usain Bolt, em busca de uma explosão de alegria, não dá. São eles, os pensamentos, quem determinam o ritmo.
Por isso lhe peço apenas que, quando me encontrar na rua, não estranhe se eu pedir que me acompanhe ou que passe a acompanhar você, só não quero ficar parado.
Só não quero que me vejas chorar...
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Chuva Interior
Mário Chamie
Quando saia de casa
percebeu que a chuva
soletrava
uma palavra sem nexo
na pedra da calçada.
Não percebeu
que percebia
que a chuva que chovia
não chovia
na rua por onde
andava.
Era a chuva
que trazia
de dentro de sua casa;
era a chuva
que molhava
o seu silêncio
molhado
na pedra que carregava.
Um silêncio
feito mina,
explosivo sem palavra,
quase um fio de conversa
no seu nexo de rotina
em cada esquina
que dobrava.
Fora de casa,
seco na calçada,
percebeu que percebia
no auge de sua raiva
que a chuva não mais chovia
nas águas que imaginava.”
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Um monte
Pequenos textos. Um monte de ideias.
Muitas dúvidas, muitos espantos e principalmente, um monte de sensações e pensamentos, imperfeitos, claro...
Um monte de tudo... Um monte de nada.
Um pequeno monte de medos...
Muitas dúvidas, muitos espantos e principalmente, um monte de sensações e pensamentos, imperfeitos, claro...
Um monte de tudo... Um monte de nada.
Um pequeno monte de medos...
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